Estudo Doutrinário

FORA DA CARIDADE NÃO HÁ REGENERAÇÃO

FORA DA CARIDADE NÃO HÁ REGENERAÇÃO                                                                                              

No capítulo III de “O evangelho segundo o espiritismo” de Allan Kardec, temos uma mensagem mediúnica atribuída a Santo Agostinho (itens 16 a 18) que nos fala de uma categoria de mundos que estamos buscando pelo momento atual de transição, saindo do mundo de provas e expiações para os mundos regeneradores.

Diz o Espírito num dos trechos da mensagem a respeito das características das percepções morais dos Espíritos que habitam esses mundos: “Não mais sentidos materiais e grosseiros; somente os sentidos de um perispírito puro e celeste, a aspirar às emanações do próprio Deus, nos aromas de amor e de caridade que do seu seio emanam” (grifo nosso).

A pandemia da COVID-19 evidenciou algo já sentido por muitos: estamos saturados do mundo que vivemos. E no anseio de querer algo diferente do que vemos, ouvimos e sentimos.

Não sabemos exatamente o que queremos ou, quando buscamos, ainda não é exatamente do modo mais ideal possível. Explico.

Tivemos durante esse período de menos de quatro meses, desde março, severas manifestações públicas sobre várias pautas urgentes. No ambiente público das redes sociais, várias discussões, críticas e cancelamentos de atitudes que demonstram uma grande severidade crítica de nossa parte e, ao mesmo tempo, uma inquietante busca coletiva por correspondência de atitudes que esperamos, mas ainda sinceramente não temos condições de manter de forma permanente.

Eis a ânsia nossa, íntima e coletiva por um mundo diferente, onde “não mais sentidos materiais e grosseiros”, “somente com sentidos” de um ser “puro e celeste”, a aspirar “aromas de amor e de caridade”. Não se trata de uma utopia. É um ideal ainda distante, mas que com o impulso da pandemia a humanidade foi provocada e está querendo seguir.

Se todos estarão dispostos a isto, não sabemos. É preciso um grande processo de adaptação para alcançarmos o mundo regenerado. Daí a necessidade de uma transição, um período de preparo.

Quando nos mudamos de casa, nos preparamos ao máximo, pesquisamos muito, ouvimos opiniões, para que nossa transição seja a mais confortável e agradável possível.

Se para mudarmos de residência é preciso tempo, imagine uma coletividade de Espíritos! E habitando um planeta inteiro! Requer muito empenho.

Flagelos destruidores, como a pandemia, são mecanismos que também produzem este efeito: adaptam a humanidade para este mundo idealizado, mas que nosso comodismo nos impede de buscar.

Queremos que ele venha. Mas para regenerar, é preciso ir ao encontro desse mundo idealizado, pois ele está vindo ao nosso, num sentido metafórico.

Então, como fazer? Eis aí que eu volto para minha afirmação de início.

Nunca a máxima espírita “fora da caridade não há salvação”, que Kardec com rara beleza afirmou (capítulo XV da mesma obra citada), tem sido um instrumento tão seguro, perfeito e adequado para este momento. A “salvação”, aqui entendida também como “regeneração” é o que todos deveríamos idealizar: para regenerar integralmente a humanidade, é preciso que ela seja caridosa num sentido ainda mais amplo do que tem sido.

Queremos regenerar, mas sem caridade, permaneceremos em provas e expiações sem fim.

Esse texto foi escrito por nosso companheiro Jader Kaleo de Oliveira, orador e trabalhador do Centro Espírita Aprendizes do Evangelho, localizado em Guainazes.
Para refletir um pouco mais sobre a caridade, convidamos você para ler o outro texto em nosso Blog: O Espiritismo e a Caridade.

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