OS VÍCIOS EM NOSSOS DIAS NO CONTEXTO DA DOUTRINA ESPÍRITA
No planeta Terra estamos sujeitos a provas e expiações, divididos entre o bem e o mal. Sabemos que ninguém passa pela vida terrena sem provar dos amargores dos sofrimentos, embora concerne a nós refletirmos e tirar conclusões para desperta o desejo de nos educar.
Um passo importante a contribuir nos caminhos da evolução enquanto encarnados, nas mais diversas situações, é o enfrentamento das provocações que produzimos a nós mesmo, neste caso os maus hábitos cultuados ao longo da vida.
Ao observarmos atentamente nossos desatinos ou ignorância, podemos constatar o quanto que estamos nos desrespeitando constantemente e de várias maneiras: orgulho, egoísmo, maus hábitos, comportamentos errôneos, pensamentos infrutíferos (negativos), e os mais diversos vícios que o mundo oferece.
Esta gama de elementos acediosos que retardam a evolução da humanidade é oferecida constantemente nas ruas e até mesmo dentro de nossas casas, através dos meios de comunicação, como estímulo ao consumo de bebidas alcoólicas, cigarros, alimentação compulsiva, ciúmes, consumo de remédios que podem ser tão letal quanto a dependência de drogas ilícitas, por falar nisso, a “farmacodependência” já é uma realidade no Brasil (excessos de farmácias indica elevado consumo compulsivamente).
Atualmente, o uso desmedido da internet, sobretudo, das diversas mídias sociais, vem causando o que especialistas chamam de transtorno do vício em internet, muitas vezes introduzidas em nosso cotidiano para suprir o vazio da solidão.
As amarguras na plenitude da vida na jornada terrena ocasionam a infelicidade por escolher direções negligentes, ferindo os preceitos compromissórios assumidos com o plano espiritual quando retornamos a Terra para cumprir missões benevolentes.
Deus não pode ser responsabilizado pelas nossas culpas, erros e vícios decorrentes do estilo de vida social agregado aos frutos da ambição apregoado pelo mundo materialista e viciante.
Ao cair a venda dos olhos, passamos a entender que a humanidade é responsável pelas suas ações, com isto, as sementeiras lançadas no terreno da vida, futuramente cobrarão a colheita, podendo sermos beneficiários de frutos doces ou amargos.
Nesta oportunidade, os partidários dos vícios tendo como cardápio o sofrimento, encontraram-se diante da sua consciência, entrando em profunda reflexão como um convite à reforma intima e arrependimentos, por perceberem quanto perderam de tempo precioso com ações improdutivas.
Mas nunca é tardio para refazer o caminho e tomar a direção certa e perseverar no caminho da felicidade, palmeando pelas ações positivas e avançando na construção de uma vida sadia tanto no corpo, quanto na mente e espírito.
É preciso ter a humildade de as misérias impregnadas em nós e, com a humildade, trabalhar e caminhar para o bem, com a calma, a reflexão, a autoanálise e a consciência desperta, que passará a ser a bússola que indicará a direção para sair deste labirinto que nos faz escravo e compromete todos os nossos “corpos”: o corpo mental, corpo físico e o períspirito, além, é claro do nosso Espírito, com reflexos no desalinhamento dos chacras.
Uma referência para nossa reflexão quanto aos danos dos vícios pode ser lida no livro O Perispírito e suas Modelações, de Luiz Gonzaga Pinheiro, no capítulo 29, que diz:
“Tudo o que somos é o resultado do que fomos no passado, tudo é fundado sobre nossos pensamentos”.
No percurso da vida não precisamos estar arrumando inimigos, pois se observarmos carregamos dentro de nós mesmos uma imensa diversidade deles; porém, enquanto temos coragem para o enfrentamentos contra o inimigo externo, ainda somos fracos para dominar e eliminar os inimigos internos, que nos dominam e nos conduzem ao calabouço do sofrimento.
Combater contra si exige coragem, perseverança, confiança e fé.
Falamos constantemente em caridade, mas às vezes deixamos de ser caridosos conosco mesmo, amamos aos outros e deixamos de amar a nós mesmo, eis os obstáculos à nossa felicidade.
Sendo, neste caso, os vícios uma das maiores chagas na vida moral da humanidade, Paulo de Tarso menciona: “O salário do pecado (vício) é a morte” (Romanos 6:23).
O resultado de uma vida totalmente desregrada conduz constantemente ao desencarne de vidas prematuras, enquanto os prazeres materiais geram desgastes, doenças, sofrimento; o melhor prazer para o Espírito é a pratica do bem que fazemos ao próximo e a nós mesmos: meditação, oração, caridade e atuação no trabalho social que nos permite sentirmos realizados em poder auxiliar, nos dando a sensação de felicidade, são exemplos da boa vida.
O Livro dos Espíritos (questão 913) nos coloca que os vícios estão atrelados as maléficas ações que praticamos na vida em sociedade colado ao egoísmo, gerando todo o mal. E para arrancá-lo do nosso intimo devemos estudar os nossos comportamentos, ações, pensamentos, além de estar profundamente comprometidos a buscar a evolução moral e espiritual.
Não nos esqueçamos da parábola do joio e o trigo, mencionada no pelo Cristo no Evangelho de Mateus (13: 24-30), em que o Mestre aconselha a arrancar os joios existentes dentro de nós, uma vez que tanto o mal quanto o bem estão constantemente à nossa disposição, fazendo com que a liberdade consagrada por Deus, o livre arbítrio, nos faça optar por um caminho.
O livro Nosso Lar, de Francisco Cândido Xavier ditado pelo Espírito de André Luiz, nos traz um frase reflexiva:
“Deus criou o livre-arbítrio, nós criamos a fatalidade, ou seja, somos responsáveis pelos nossos atos e arquiteto de nós mesmos, e para sermos de fato libertos das algemas de todos os vícios – precisamos apressadamente quebrar as algemas que nos aprisiona e nos torna prisioneiros de tudo que criamos e aceitamos”.
Apegamo-nos ao desnecessário, acreditando tomar a maldade como empréstimo para salvar-nos dos problemas e transformamos os irmãos em nossos adversários, não precisamos de mais inimigos, temos inimigos o suficiente implantado dentro de nós! Cumpre-nos viver a nossa vida em plenitude!
Caso você queira ouvir um pouco mais sobre o assunto, assista a nossa palestra.
Benedito Calisto Pereira (Benê) é jornalista, radialista, graduado em História e palestrante/voluntário no CEAE de Guainases.